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13 outubro, 2009





VELHA ÁRVORE
Edson Carlos Contar
Deixa, velha árvore,
que façam trovas debochando da tua velhice.
Eu continuo vindo aqui para encontrar-te
nesta pracinha, palco da minha meninice...

Acompanhaste minha infância e juventude,
os meus segredos, minhas dores encobriste.
Faz tanto tempo, estou velho e combalido,
mas tu és forte e a temporais ainda resistes.

Até os nomes que gravei no tronco amigo
do amor primeiro que sonhei quando criança,
ainda guardas entalhados em teu corpo,
trazendo a mim, dos velhos tempos, tal lembrança.

Mesmo que passem indiferentes à tua presença,
aqui estarei pelas manhãs de primavera.
E no verão e no outono ou no inverno,
eu voltarei para viver minha quimera.

E quando, um dia, eu for chamado a juízo,
meu desejo já deixei pra quem ficar,
quero em tua sombra o abrigo de que preciso
e aqui para sempre estarei a te abraçar.

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